Notícias da ABO-MG

Clareamento em dentes vitalizados (relato de caso)

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Autora: Rosália Magalhães Castilho*

A sociedade atual valoriza extremamente a boa aparência. Estar sempre jovem, saudável e belo se tornou fundamental em todos os campos de relacionamento, inclusive o profissional. Observa-se frequentemente uma busca excessiva pela Estética.
Em relação à Odontologia, grande parte dos pacientes que frequentam clínicas odontológicas o fazem em busca de tratamentos que possam melhorar a aparência de seus sorrisos. (CABALLERO et al., 2007).
A compreensão do grande número de tratamentos clareadores recomendados pelos dentistas se faz necessária para indicação correta da melhor técnica de clareamento a ser aplicada em determinada situação clínica. Isso se torna ainda mais desafiador porque há um grande número de produtos disponíveis no mercado, além da pressão da mídia que cultua dentes brancos. O dentista fica em posição intermediária, entre os pacientes que solicitam mais velocidade e previsibilidade no tratamento de clareamento dental e os fabricantes que tentam vender seus produtos e equipamentos com argumentos muitas vezes pouco embasados cientificamente. (MARSON et al, 2011)
Clareamento dental constitui opção clínica de tratamento estético segura, relativamente simples e proporciona excelente resultado. (HAYWOOD; HEYMANN, 1989)
A abrangência das técnicas de clareamento em dentes vitais se refere aos mais diversos casos de escurecimento, como o manchamento por tetraciclina, fluoroses, dentes naturalmente amarelados, além de outras causas. (HAYWOOD; HEYMANN, 1989; MARSON et al., 2008). Estas técnicas visam a tornar mais claros os dentes polpados e podem ser realizadas tanto em casa, como no consultório, ou associar as duas. (ESBE-RARD et al., 2004)
A preocupação com a coloração dos dentes é remota e vários produtos já foram utilizados como agentes clareadores como cloreto de cálcio, ácido oxálico, cloro, cloreto de alumínio, dióxido de enxofre, hipoclorito de sódio, entre outros. Atualmente, utilizam-se diversas concentrações de peróxido de carbamida (o qual era inicialmente empregado como antisséptico para tratamento da gengivite) e peróxido de hidrogênio. (MIRANDA et al., 2005)
O peróxido de hidrogênio é o agente ativo no processo de clareamento dental. Decompõe-se em radicais livres de oxigênio e água. Os radicais hidroxila, resultado desta reação, convertem as moléculas mais complexas (pigmentadas) em moléculas menores, logo, mais claras. (HAYWOOD; HEYMANN, 1989)
Este produto tem sido usado há mais de 70 anos como agente clareador. É excretado naturalmente na cavidade bucal em grandes quantidades pelas glândulas salivares, não sendo tóxico em níveis baixos. Apesar deser um forte agente oxidante, o peróxido de hidrogênio é degradado rapidamente no meio bucal por sistemas enzimáticos e não enzimáticos. (FREITAS, et al. 2006)
O clareamento realizado em casa é satisfatório e menos agressivo. (CERVANTES et al., 2006). Utiliza-se peróxido de hidrogênio, de 1% a 10%, ou peróxido de carbamida, de 10% a 22%. (GIANNINI et al., 2006).
Quando realizado em consultório, são utilizados géis com maiores concentrações de peróxido de hidrogênio (30% a 35%). Estes agentes clareadores podem ser ativados por luz ou calor, com auxílio de fotopolimerizadores, lâmpadas de plasma, laser em alta intensidade ou fontes híbridas de ativação, como o laser/LED. (ESBERARD et al., 2004)
Entretanto, a ativação do gel clareador para o clareamento em consultório por meios físicos, com instrumentos aquecidos ou luz, não tem mostrado superioridade em relação aos procedimentos que utilizam apenas ativação química. (MARSON et al., 2008)
Independentemente da técnica empregada, pode ocorrer sensibilidade dentária durante e após a realização do clareamento. Este tem sido apontado como o efeito colateral que mais incomoda os pacientes e preocupa os profissionais. Possivelmente as causas estão relacionadas com a quantidade e a concentração do peróxido de hidrogênio que atingem o complexo dentino-pulpar. Para minimizar a sensibilidade deve-se empregar moldeiras flexíveis e bem recortadas; dar preferência a géis clareadores com baixas concentrações; reduzir o tempo de uso diário ou fazer o tratamento em dias alternados; usar agentes dessensibilizantes; administrar medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios. (MARSON et al., 2011)

Relato de caso

Paciente D.O.T, gênero masculino, 35 anos, compareceu a uma consulta odontológica se queixando da aparência escurecida e antiestética de seus dentes. Apresentou ao exame clínico e radiográfico excelente saúde periodontal, boa higiene bucal e ausência de lesões cariosas. (Fig. 1a-1d)
O clareamento foi feito inicialmente na arcada superior, para que o paciente pudesse visualizar a mudança na tonalidade dos dentes. (Fig. 2, 3 e 4 )
Utilizou-se peróxido de carbamida a 16% (NiteWhite 16% - Discuss), com moldeiras, por duas horas diárias, durante quatro semanas, para cada arcada.
Também foram realizadas duas sessões clínicas no consultório, com intervalo de uma semana entre as sessões. A cada consulta foram feitas três aplicações de quinze minutos de peróxido de hidrogênio a 35% (Whiteness HP – FGM), com utilização de LED (Bright Max- MM Optcs Ltda).
O paciente relatou sensibilidade dental que foi controlada com medicação analgésica (Paracetamol-750mg de seis em seis horas), além de ser instruído a usar dentifrício dessensibilizante (Sensodyne Pró-Esmalte).
Em relação à alimentação, a instrução foi de evitar alimentos cítricos e gelados, bem como alimentos com corantes (refrigerantes a base de cola, café, chás, vinho tinto, molhos).

Resultados

É importante ressaltar que, segundo inúmeros autores (MARSON et al., 2011) os resultados do clareamento independem da aplicação de quaisquer fontes de luz. Acreditava-se até poucos anos atrás que o uso da luz era um excelente acelerador da reação, o que não se confirmou em estudos clínicos e de laboratórios.
As limitações do clareamento dental não são determinadas apenas pelas técnicas ou pelo tipo de fontes luminosas escolhidas, mas, principalmente pelo conhecimento do limite de cada dente, sua estrutura, formação e efeitos fisiopatológicos.
Ao final deste tratamento, feito em casa e no consultório, foi possível observar um clareamento extremamente satisfatório nas duas arcadas, atendendo às expectativas do paciente. ( Fig.5, 6 e 7)

Longevidade do tratamento

A estabilidade da cor dos dentes após o tratamento clareador é mantida, em média, por três anos. (MARSON et al., 2011)
Neste caso clínico tem sido feita a proservação durante 4 anos, sem necessidade de retratamento. (Fig. 8 e 9)
A associação da técnica clareadora em consultório com clareamento caseiro supervisionado se mostrou excelente opção terapêutica.
Atualmente, o que parece mais adequado é selecionar a técnica que se ajuste a cada profissional, a determinada situação clínica e informar aos pacientes a disponibilidade. Qualquer que seja a técnica utilizada, produzirá o mesmo resultado quando executada corretamente.

REFERÊNCIAS

1. CABALLERO, A.B. et al. In: vivo evaluation of the effects of 10% carbamide peroxide and 35% hydrogen peroxide on the enamel surface. Med Oral Patol. Oral Cir. Bucal, Valencia, v.12, n.5, p. E404-407, set.2007.
2. CERVANTES, A. et al. Estudo da microdureza do esmalte bovino submetido ao tratamento clareador ativado por diferentes fontes de luz. Cienc. Odontol. Bras., São José dos Campos, v.9, n.3, p. 78-87, jul./set.2006.
3. ESBERARD, R.R. et al. Efeitos das técnicas e dos agentes clareadores externos na morfologia da junção amelocementária e nos tecidos dentários que a compõem. R. Dental Press. Estét., Maringá, v.1, n.1, p. 58-72, out./nov./dez.2004.
4. FREITAS, P. M. et al. Efeito do clareamento caseiro sobre o equilibrio mineral dos tecidos dentais; revisão da literatura. Clínica-Internat. J. Braz. Dent., Florianópolis, v.2, n.2, p.136-143, abr./jun.2006.
5. GIANNINI, M. et al. Effect of carbamide peroxide-based bleaching agents containning fluoride of calcium on tensile strength of human enamel. J. Appl. Oral. Sci., Bauru, v.14, n.2, p.82-87, abr.2006.
6. HAYWOOD, V. B.; HEYMANN, H. Nightguard vital bleaching. Quintessence Int. 20 (3): 173-6, mar.1989.
7. MARSON, F. C. et al. Clinical evaluation of in-office dental bleaching treatments with and without the use of light-activation sources. Oper. Dent. 33 (1): 15-22, Jan./Feb.2008.
8. MARSON, F. C. et al. Clareamento dental. In: MENDES, Wilson B.; MIYASHITA, Eduardo; OLIVEIRA, Gustavo Gomes de. Reabilitação oral: previsibilidade e longevidade. Nova Odessa : Napoleão, 2011, p.390-419.
9. MIRANDA, C. B. et al. Evaluation of the bleached human enamel by scanning electron microscopy. J. Appl. Oral Sci., Bauru, v.13, n.2, p.204-211, Apr./Jun.2005.

Fonte: Jornal Correio ABO 281

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