Notícias da ABO-MG

Abordagem de objetos de higiene pessoal em ceis de Formiga(MG)

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Centros de Educação Infantil (CEIS) municipais de Formiga - MG são instituições direcionadas para crianças com a faixa etária de zero a cinco anos onde são oferecidos em horário integral à 494 crianças: cuidados com a higiene, alimentação e realização de atividades recreativas e educadoras1.
Na presente experiência considerou-se infância a condição de desenvolvimento físico e psíquico-social da pessoa, entendida como um período que vai desde o nascimento até o início da adolescência, ou seja, até os 12 anos incompletos2.
É nesta importante fase de formação do ser humano, caracterizada pela contínua evolução e significativa capacidade de adaptação, que acredita-se haver necessidade de enfatizar os cuidados, principalmente aqueles relacionados à saúde pois, nos primeiros anos de vida desenvolve-se grande parte dos hábitos, que são resultados de aprendizagem e repetição.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde3, “Proporcionar à criança oportunidades para que tenha um desenvolvimento adequado é talvez o mais importante que se pode oferecer à espécie humana”.
Partindo desse pressuposto, infere-se como fundamental abordar objetos de higiene pessoal junto às crianças para que elas possam desenvolver a noção do cuidado pessoal; mediado por orientação e estímulo de profissionais multidisciplinares preparados para trabalharem a formação desses bons hábitos.
Em contrapartida, a ausência de objetos básicos e individuais como a escova de dente, a toalha de mão e o pente, assim como o manuseio e armazenamento incorreto dos mesmos por profissionais, pode incorrer em prejuízos para a saúde das crianças.
Neste contexto desenvolveu-se uma pesquisa com a finalidade de se conhecer o índice de crianças que não possuem os objetos de higienização e analisar as condições desses quando presentes nos CEIs de Formiga-MG ano de 2007, considerando-se como variáveis o estado de conservação dos objetos presentes; a forma de armazenamento dos objetos feita pelos profissionais dos CEIS; o possível compartilhamento de objetos de uso in-dividual entre essas crianças.

Referencial teórico

Sobre infância e hábitos
De acordo com o Ministério da Saúde4, é importante salientar que quanto mais jovem a criança, mais dependente e vulnerável é em relação ao ambiente. Isso faz com que condições favoráveis ao crescimento sejam função não apenas dos recursos materiais e institucionais com que a criança pode contar (alimentação, moradia, saneamento, serviços de saúde, creches e pré-escolas), mas também dos cuidados gerais, como o tempo, a atenção, o afeto que a mãe, a família e a sociedade como um todo lhe dedicam.
Estudiosos argumentam que em seu desenvolvimento, a criança passará por várias fases distintas sendo elas de 1 mês até o final do 3° ano a primeira infância; do 4° ao final do 6° ano a segunda infância e do 7° ao11° ano de vida como a terceira infância. Nas quais os interesses, os pensamentos e os sentimentos serão qualitativamente diferentes. Assim, aos pais e educadores a primeira e segunda infância são fases muito importantes, devido à estruturação das reações motoras e emocionais básicas que dependerá em grande parte a melhor ou pior configuração da personalidade do indivíduo5.
A metodologia da repetição e motivação é também defendida sob o argumento de que “a formação de bons hábitos deve ser repetida aproveitando-se o impulso que a criança tem de aprender, para posteriormente tornar-se automático; [...] essa formação influi na estrutura da saúde física e mental”6.
É justamente se referindo à estrutura biológica e social, que o Estatuto da Criança e do Adolescente assegura que tanto a criança como o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

Sobre Educação Infantil e sobre os educadores dos CEIs
A educação infantil no Brasil, com a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes Básicas de 1996, se legitimou como a primeira etapa do processo educacional, fato sustentado na Declaração Mundial de Educação para Todos, de 1990 que afirmava que a aprendizagem inicia-se com o nascimento, porém nas políticas sociais o Estado atenta-se apenas aos me-nos favorecidos tendo o mercado como provedor de serviços para os que possam pagar. Com isso, acirram-se as diferenças e amplia-se a necessidade de romper com o ciclo da exclusão7.
É nessa conjuntura de mundo contemporâneo que vários fatores têm provocado a institucionalização da infância, tornando as creches e pré-escolas importantes instituições educativas, independentemente das classes sociais a que se destinam. Se, no passado, especialmente as creches foram concebidas para atender os filhos das mães trabalhadoras, hoje elas fazem parte da realidade de uma parcela expressiva da população7.
No município de Formiga – Minas Gerais desde1969 foi fundada a primeira entidade filantrópica destinada à prestação de serviço voltada para crianças de zero a seis anos oriundas de famílias sócio-economicamente desfavorecidas - a Associação de Proteção à Maternidade e Infância Desvalidas de Formiga (APROMID). A partir daí, outras instituições foram criadas, como o Lar Espírita Renascer. Somente em 1991 é que foram instituídos os primeiros CEIs administrados pela prefeitura municipal1.
Embora não existam informações abrangentes sobre os profissionais que atuam diretamente com as crianças nas creches e pré-escolas do país, vários estudos têm mostrado que muitos destes profissionais ainda não têm formação adequada, recebem remuneração baixa e trabalham sob condições bastante precárias. Se nas escolas constata-se ainda hoje, uma pequena parcela de profissionais considerados leigos, nas creches é ainda mais significativo o número de profissionais sem formação escolar mínima8.
Autores apontam que o trabalho em creches já foi subemprego para “mocinhas que têm jeito com crianças”, mas que hoje se sabe que cuidar de um berçário exige um olhar mais apurado. Contudo, os educadores das creches ainda são os mais carentes de informações e de capacitação, fruto de uma questão histórica9.

Percurso metodológico

A presente experiência teve como cenário a cidade de Formiga, que está localizada na região centro-oeste do estado de Minas Gerais a 194 km da capital do estado – Belo Horizonte, sendo um município de médio porte com uma população de 67.819 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No município existem seis CEIS municipais situadas em diferentes pontos da cidade que são supervisionadas pela Secretaria Municipal de Educação, com comando interno feito pelas coordenadoras. Há uma variação no número de crianças e de funcionários de cada, conforme a estrutura física do estabelecimento e a necessidade de cada região. Para realização do levantamento de crianças que dispunham dos objetos de higienização (escova de dente, toalha de mão e pente de cabelo) foi considerado o número total de 494 crianças distribuídas em seis CEIS nas seguintes proporções: a) CEI A - 42 crianças; b) CEI B - 50 crianças; c) CEI C – 124 crianças; d) CEI D - 124 crianças; e) CEI E - 74 crianças; f) CEI F - 80 crianças.
A pesquisa em campo foi realizada no mês de setembro de 2007, sendo obedecida a ordem de classificação dos CEIS (A,B,C,D,E e F). Em cada CEI foi apresentado ao responsável o objetivo das pesquisa e somente após seu consentimento iniciava-se a coleta dos dados.

Resultados

Preliminarmente foi realizado um levantamento de dados através de relatórios que descreveram os números totais de crianças de cada CEI, segundo a faixa etária: berçário (crianças de 0 a 2 anos), maternal 1 (crianças de 2 a 3 anos), maternal 2 (crianças de 3 a 4 anos), 1º período (crianças de 4 a 5 anos) e 2º período (crianças de 5 a 6 anos), cujas informações passam a ser apresentadas e comentadas a seguir.

De acordo com os dados levantados foi possível comprovar que quase metade das crianças não faziam higiene bucal adequada (49%) por não possuírem a escova de dente, e isso pode refletir em um grande dano à saúde das mesmas diante do longo tempo e das diversas refeições que são feitas durante o dia que favorecem e causam problemas como a cárie e halitose.
O armazenamento das mesmas ocorria de forma incorreta ficando expostas, sem proteção aos vetores, muitas sem identificação e algumas vezes “amontoadas” ficando em contato direto umas com as outras (Fig. 2, 3 e 4).
A maioria das crianças não possuíam toalha individual (64%), sendo que o ideal era até que se utilizasse toalhas de papel descartáveis. E na ausência desse objeto, o uso era feito de forma conjunta.
As crianças por ainda não terem o controle de sua coordenação motora, ao usarem o sanitário, se limpam de maneira imprópria e ao sujarem as mãos, lavam estas de maneira desordenada e podem ficar com partículas de fezes na pele ou sob as unhas. Logo a seguir, ao pegarem as toalhas, seus brinquedos, chupetas, ao se alimentarem e tocarem os companheiros e educadores, podem disseminar vírus, bactérias, fungos e parasitos para outra crianças e mesmo para os adultos que cuidam das crianças10.
Uma outra questão interessante era a forma que algumas toalhas estavam dispostas: algumas próximas à lixos (Fig. 5) e objetos de limpeza de vaso sanitário (Fig. 6) e algumas em contato direto umas com as outras (Fig.7), demonstrando um descuido dos profissionais em relação ao objeto.
A maioria das crianças (88%) não dispunha de pente de cabelo individual. Por isso, o uso compartilhado mais uma vez era realizado. Fômites como pente, por exemplo, podem desempenhar papel significativo na transmissão de pediculose11.
Outro fato importante é a forma de armazenamento desses objetos, que em contato uns com os outros. (Fig.8, 9, 10 e 11).

Conclusão

Constatou-se a existência de riscos para a saúde das crianças devido a ausência dos objetos de higiene, pelo mal estado de conservação ou pelo compartilhamento desses objetos. Evidenciou-se a necessidade de suprimento desses objetos nos CEIs, juntamente com o preparo dos profissionais quanto à forma armazená-los e utilizá-los na formação de bons hábitos das crianças como o da higiene pessoal, que é fundamental para um desenvolvimento saudável.
Uma das soluções poderia ser a implantação de kits de higiene individuais nessas instituições juntamente com as orientações devidas aos profissionais e às crianças, como medida de melhora na qualidade de vida, prevenção, promoção da saúde e formação de bons hábitos que podem transpor as portas dos CEIS contribuindo para uma formação cidadã digna.

Fonte: Jornal Correio ABO 277

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